quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O Porto do Graal - Pt - I procurar



O CONVITE....








Quando  menos pensas
se manifesta algo
que estando à tua frente
permanece velado




uma luz de esp'rança
entre o povo já cansado
Um caminho de todos
pelos tempos guardado



Passo a passo, caminho andado
junto ao monte que arde
se encontra o presente esperado

sábado, 26 de outubro de 2013

Fado da Ialma


E o menino contempla
– ridente –
lamenta
o seu porvir

Olha a calva
Da triste alma
que o sustenta
– e tenta –
atenta
na mesma sorrir

Não vê o seu guarda a pomba
Que – silente
Começa a florir




Asas abertas
– luz que desponta
Alegre
Por dentro
neste estranho firmamento
Mundo que há de vir…


Por enquanto se ignora
– se é deus, senhor ou senhora
Ou se o mundo que chora
– há de rir

Se as vidas pacatas
 e suas curvas ingratas
– serão o caminho a seguir

Entre volta e volta
vem a afronta
vem e eleva
quem se atreva
 a sorrir

Ao que se passa em redor
Do que há
– por favor –
que gerir

O certo
é o fundamento
de um dia melhor a surgir

Agora
esse tempo demora
– passa sem deixar marca
deixa toda a gente de fora


Há uns quantos que choram
entre outros tantos
que se estão a rir

Até que o dia esmoreça
– lâmina de verdugo desapareça
A alma esguia enrijeça…

E – na verde e calva cabeça
Apareça
A luz de um novo Abril…

Não um de faz de conta
Nem uma primavera que desponta
Sim rosa alva a se abrir

Uma mais pura
que esta vida ignota
presa à canhota
do pau que a leva pedir

Falamos de algo NOVO
– um assombro tolo
para quem espera
o velho estorvo
de se erguer e partir

De esperar que os “negros”
 – se atirem sem tento
Contra o seu próprio sustento
Muro esquecido e velho
Como um triste espelho
Pálido verde e derradeiro
Que nos sustém aqui

Agora – se do outro lado –
Esses lá de fora
Virem o que toda a gente ignora
E decidirem agir

Se vier uma luz que se acenda
Em ti e em mim e se estenda
Por todo aquele que aderir

Então será a pomba
O falcão que ribomba
Relâmpago vivo
que desponta
Que com o Leão
se começará a rir

Juntos os trunfos
Juntos baralhos
Serão cartas novas
Serão livres escravos

E se ouvirão os ecos passados
Dos Gigantes torturados
De novo livres, dos danos causados
Seres vivos entre os rochedos pousados

Já sabes
Qual o fado




Daquilo que se sabe…
já se vê…
e que eu calo…

Por isso falo…





quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Trova do Vento que Abrasa






Dedicada a Maria de Jesus Barroso, no CCB...




CGC
Pergunto ao vento quepassa
GG7CC7
notícias do meu país
FFmCAm
e oventocala a desgraça
DmGCC7
oventonada mediz.
DmGC
oventonada mediz.

DA7D
La-ra-lai-lai-lai-la, la-ra-lai-lai-lai-la, [Refrão]
La-ra-lai-lai-lai-la, la-ra-lai-lai-lai-la. [Bis]

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

[Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.]

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.


Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.






“Never give in. Never give in. Never, never, never, never—in nothing, great or small, large or petty—never give in, except to convictions of honour and good sense. Never yield to force. Never yield to the apparently overwhelming might of the enemy.” 


"Nunca desistir, nunca desistir. Nunca, Nunca, Nunca - em nada... seja grande ou pequeno, seja coisa importante ou menor - nunca deistir, excepto pelas convicções de Honra e Bom Senso. Nunca vergar perante a força. Nunca vergar perante o poder aparentemente avassalador do inimigo."

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Des -es- per - T - ar - es


Se a luz velada - se mantiver apagada
No coração vivo de quem por ela clama


se os sonhos se fizerem chamas
entre lagos escondidos e restos de nada


se os caminhos antigos nos deixarem 
na berma da estrada
a bandeira queimada
entre ecos perdidos 
e coragem em chagas


há sempre o consolo de um poço amigo
no deserto sombrio
de uma rotina que não vale nada

pelo cifrão
o orçamento
e a geral confusão


a vida
contida
na palma da mão






AIRE...





Quando os raios de Sol se escondem 
- procura a luz interior... 
uma luz que é de todos... 
uma luz Maior